Feliciano das Seges

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O Feliciano das Seges, numa litografia de 1873.

O Feliciano das Seges, cocheiro, era uma das figuras populares de Lisboa na segunda metade do século XIX. Liberal convicto, Feliciano das Seges frequentava assiduamente a galeria da Câmara dos Deputados onde se deliciava com a eloquência de Passos Manuel, José Estêvão, Almeida Garrett. Tornou-se famoso por, na altura da Revolução da Maria da Fonte, ter posto os seus cavalos ao serviço da causa popular.[1]

Com o progresso dos meios de transporte, Feliciano ter-se-á retirado despeitado, à medida que os omnibus e os Larmanjats apareciam pela cidade de Lisboa. Em artigo publicado pouco após a morte repentina de Feliciano das Seges no número 422 do Diario Illustrado (7 de Outubro de 1873) é descrito: "Pede porém a justiça que se diga que os preços do Feliciano não escandalizavam ninguém, e que se o freguês partia as costelas ao descer a Calçada da Pampulha, ainda lhe sobrava à farta o dinheiro para pagar a duas juntas de cirurgiões, metendo na conta a botica e os ares de campo da problemática convalescença."[1]

Prova da sua popularidade, Feliciano das Seges é mencionado em obras literárias da época, como As Farpas de Ramalho Ortigão e Eça de Queirós,[2] e em A Sociedade do Delírio" de Eduardo de Noronha.[3]

Referências

  1. a b Diario Illustrado, n.º 422 (1873-10-07)
  2. Ortigão, Ramalho; Queirós, Eça de (1871). As Farpas: chronica mensal da politica das letras e dos costumes. Lisboa: Typ. Universal. p. 58 
  3. Noronha, Eduardo de (1921). A sociedade do delirio: continuação do romance "O Conde de Farrobo e a sua epoca". Lisboa: João Romano Torres & C.ª - Editores. p. 36